Erliquiose

Introdução

  • Definição

    A erliquiose monocítica canina é uma doença infecciosa bacteriana ocasionada pela Ehrlichia canis, que é uma bactéria gram-negativa intracelular obrigatória. A Ehrlichia canis é um dos componentes da família Anaplasmataceae e da ordem Rickettsiales, ou seja, a Ehrlichia canis também é classificada como uma rickettsiose.

  • Sinônimos

    Febre hemorrágica canina.


    Doença de Nairóbi.


    Doença do cão farejador.


    Pancitopenia tropical canina.


    Riquetsiose canina.


    Tifo canino.

  • Transmissão

    Carrapatos:

    A Ehrlichia canis é transmitida principalmente através da picada do carrapato contaminado, principalmente do Rhipicephalus sanguineous, aos cães. Experimentalmente, o Dermacentor variabilis também transmite a erliquiose. 

    O Rhipicephalus sanguineous também pode transmitir a anaplasmose granulocítica canina e a babesiose, que é outra doença infecciosa bacteriana.

    Não é só porque o pet está com carrapato que significa que o pet vai ser infectado pela Ehrlichia canis, pois o carrapato precisa estar contaminado com Ehrlichia canis para poder infectar o pet ou o ser humano.


    Transfusão sanguínea com sangue contaminado.

  • Quem pode contrair?

    Animais:

    Há outras espécies de carrapatos e outras espécies de Ehrlichia spp. que pode acometer o gato, equinos, animais silvestres como raposas e lobos, por exemplo, ovinos e bovinos, mas o cachorro é o principal reservatório da doença. 

    A erliquiose é incomum nos gatos devido à resistência imunológica aos agentes infecciosos transmitidos pelos carrapatos, mas os gatos podem ser reservatórios das doenças dos carrapatos. Entretanto, os gatos infectados por Ehrlichia canis ainda podem apresentar sintomas e alterações nos exames de sangue.


    Ser humano:

    No Brasil e no mundo, já foi diagnosticada Ehrlichia canis em seres humanos que foram picados pelo Rhipicephalus sanguineous contaminado.


    Todas as raças, ambos os sexos, todas as idades e em todos os lugares do mundo:

    A Ehrlichia canis acomete todas as raças e idades do pet e está presente em todas as regiões do Brasil e no mundo, além de acometer tanto o macho quanto a fêmea.

  • Em que época do ano ocorre a transmissão?

    No Brasil, a contaminação por Ehrlichia canis pode ocorrer em qualquer época do ano, pois o clima tropical e a umidade do ambiente favorecem a proliferação dos carrapatos.

Fisiopatologia

Multiplicação, células parasitadas e resultado

A Ehrlichia canis se multiplica no fígado, baço e linfonodos e por isso que esses órgãos podem aumentar de tamanho, ou seja, o pet com erliquiose pode apresentar hepatomegalia, esplenomegalia e linfonodomegalia, respectivamente.

A Ehrlichia canis parasita as células endoteliais e algumas células do sistema imunológico, que é o sistema de defesa do organismo, como os neutrófilos, monócitos, linfócitos e macrófagos. 

Vasculite:

O monócito contaminado vai interagir com as células da parede do vaso sanguíneo, ou seja, do endotélio do vaso sanguíneo, e causar inflamação, que é a vasculite.


Transporte do agente:

Além do monócito contaminado ocasionar em vasculite em todo o organismo, o monócito contaminado vai transportar a Ehrlichia canis pelo sangue.


Formação de imunocomplexos:

A Ehrlichia canis ocasiona em formação de complexos antígeno-anticorpo, também chamado de imunocomplexo, e que se formam a partir da junção do antígeno com o anticorpo. 

Os imunocomplexos ocasionam em intensa reação inflamatória no corpo organismo e ocasiona distúrbios vasculares generalizados.

Consequências

Com a resposta inflamatória sistêmica importante, alteração no sistema imunológico e devido à vasculite, ocorrem alterações nos mais diversos órgãos do corpo como rins, baço, sistema nervoso central (mais especificamente nas meninges), pulmões, sistema reprodutor, olhos, nas hemácias (células vermelhas do sangue), nos leucócitos (células brancas do sangue) e nas plaquetas (tanto na quantidade das plaquetas quanto na função das plaquetas).

A contaminação das células do organismo pela Ehrlichia canis ocasiona na produção de mórulas intracitoplasmáticas, que são corpúsculos de inclusão.

A função plaquetária fica prejudicada na erliquiose, o que aumenta a perda de sangue e anemia.

A função das plaquetas fica prejudicada devido:

Esgotamento das plaquetas circulantes em exercer a função.


Interferência no fator III da coagulação.


Efeito direto:

A Ehrlichia canis afeta diretamente as plaquetas circulantes e reveste a membrana da plaqueta por paraproteína, como ocorre nos casos de mieloma.

Alguns anti-corpos específicos se aderem à moléculas encontradas na membrana dos eritrócitos e das plaquetas que ativam a cascata complemento, resultando em lise e opsonização intravascular dos eritrócitos e das plaquetas para facilitar a fagocitose, que é realizada pelos monócitos no fígado e baço, ocasionando em anemia hemolítica imunomediada e trombocitopenia.

Sintomatologia clínica

Introdução

  • Sintomas clínicos variados e inespecíficos

    Os sintomas clínicos ocasionados pela erliquiose são extremamente variados e inespecíficos.

    A erliquiose pode acometer diversos órgãos e sistemas do corpo, mas o paciente não precisa ter múltiplos sintomas clínicos para pensarmos em erliquiose. Caso o paciente apresentar 1 ou mais dos sintomas a seguir, já podemos pensar em infecção por Ehrlichia canis


  • Quando o paciente manifesta os sintomas?

    Os sintomas clínicos podem ocorrer de dias à anos após a infecção por Ehrlichia canis, pois essa doença apresenta algumas fases que são a fase aguda, subclínica e crônica. 

    Caso o paciente não conseguir eliminar a Ehrlichia canis do organismo, o paciente desenvolve a infecção crônica, que é uma forma severa da erliquiose e que apresenta alta mortalidade. O paciente que desenvolve a infecção crônica pode apresentar novamente os sintomas clínicos a qualquer momento, principalmente quando houver diminuição da imunidade.

    Entretanto, é difícil definir a fase da doença na clínica veterinária, pois os sintomas, as alterações no exame de sangue e nos exames de imagem são semelhantes entre as fases da doença, além da duração e da gravidade dos sintomas clínicos variarem.

Apatia.


Anorexia.


Desidratação.


Emagrecimento.


Hipertermia:

A hipertermia, ou seja, a febre casionada pela erliquiose pode ser intermitente. 


Hipotermia:

A hipotermia pode estar presente no pet infectado com erliquiose que apresenta pancitopenia importante.


Polidipsia:

A polidipsia pode ocorrer devido à desidratação e/ou devido à febre.


Secreção nasal:

A secreção nasal ocasionada pela erliquiose pode ser serosa ou mucopurulenta.

Diarreia com ou sem sangue.


Estomatite ulcerativa.


Glossite necrótica.


Vômito com ou sem sangue.


Melena:

A melena e a presença de sangue digerido nas fezes.

Aumento da frequência cardíaca:

Os pacientes com erliquiose podem apresentar aumento da frequência cardíaca devido ao estresse, febre, hipovolemia, dor e sinais precoces de insuficiência cardíaca.


Cardiomiopatia:

A Ehrlichia canis lesiona a célula miocárdica, que é uma das células do coração.


Trombose:

A trombose ocorre devido à lesão no endotélio vascular ocasionada pela vasculite.

Há casos de cães com erliquiose que desenvolveram trombose em veia porta e na artéria aorta.


Ascite:

O animal com erliquiose pode apresentar ascite devido à hipoalbuminemia e vasculite. 

Pneumonia intersticial.


Hipertensão arterial pulmonar:

A hipertensão arterial pulmonar é secundária à pneumonia intersticial ou devido à tromboembolismo.


Dispneia:

O paciente com erliquiose pode apresentar dispneia, que é dificuldade em respirar, devido à inflamação, hemorragia,  trombose, vasculite ou infecção secundária no pulmão. 


Tosse.

Glomerulonefrite:

Os imunocomplexos são depositados nos glomérulos renais, ocasionam em glomerulonefrite e, posteriormente, em insuficiência renal.


Insuficiência renal:

O paciente com erliquiose pode apresentar poliúria, que é o aumento da quantidade de urina, e polidipsia, que é o aumento da ingestão de água, devido à insuficiência renal crônica.

O depósito de imunocomplexo pode ocorrer no parênquima renal e ocasionar na insuficiência renal devido à lesão em néfron. 

Paresia.


Hiperestesia


Tremores.


Dor cervical.


Ataxia:

A ataxia é a incoordenação motora.


Nistagmo: 

O nistagmo é o movimento involuntário dos olhos.


Disfunção cerebelar.


Disfunção vestibular central ou periférica.


Síndrome de Horner.


Meningoencefalite:

A meningoencefalite ocasionada pela erliquiose está associada ao sangramento nas meninges induzida pela trombocitopatia e pela trombocitopenia.


Convulsão:

Pacientes com meningoencefalite podem convulsionar e ter alteração nos pares de nervos cranianos.

Poliartrite.


Polimiosite.


Fraqueza.


Edema de membros.

Infertilidade.


Aborto.


Sangramento prolongado no cio.


Edema de escroto.

Sangramentos

O epistaxe é o sangramento pelo nariz.

(Foto: paciente com epistaxe unilateral. [Fonte: Semiologia veterinária, a Arte do Diagnóstico, 2014])

A hematúria é a presença de sangue na urina.

(Foto: paciente com hematúria [Fonte: Semiologia veterinária, a Arte do Diagnóstico, 2014])


Alterações na pele e na mucosa

A equimose é o extravasamento de sangue para a pele e o paciente apresenta uma mancha na pele.

(Foto: imagem demonstrando paciente com petéquias e equimoses em mucosa gengival ocasionada por Ehrlichia canis. [Fonte: Mylonakis, 2017])


A petéquia é um pequeno extravasamento de sangue para a pele ou mucosa.

(Foto: paciente com mucosa peniana pálida com petéquia e equimose devido à erliquiose. [Fonte: Mylonakis, 2017])

Alterações oculares

Embora as alterações oculares sejam comuns nos pacientes com erliquiose e pode estar presente em todas as fases da infecção, as alterações oculres são variáveis e não são todos os pets com erliquiose que desenvolvem alterações oculares.

Algumas vezes o paciente com erliquiose somente apresenta alterações oculares e não apresenta outra manifestação clínica.

A blefarite é ocasionada por auto-trauma devido ao desconforto ocular secundário à conjuntivite e/ou uveíte.


O hifema é o sangramento no olho, mais especificamente na câmara anterior.

(Foto: imagem ilustrando hemorragia conjuntival, hifema e discreta miose. [Fonte: Leiva, 2005])

A Ehrlichia canis pode ocasionar em cegueira devido:

Descolamento de retina.


Catarata.


Atrofia de retina.


Neurite óptica.


Glaucoma.

Título da descrição

Definição:

A uveíte é a inflamação dos olhos, mais especificamente na úvea, e que ocasiona em "olho vermelho".


Localização da inflamação:

A erliquiose pode ocasionar em: 

Uveíte anterior:

A uveíte anterior é a mais comum nos animais com erliquiose, pois a infiltração de células inflamatórias no corpo ciliar e na íris é mais comum e mais severa do que o envolvimento da coróide e retina.

(Foto: imagem ilustrando uveíte anterior. Notar congestão escleral e conjuntival, discromia de íris e formação de catarata (Fonte: Komnenou, 2007])


Uveíte posterior.


Panuveíte.


Imunomediada:

Independentemente da localização, a uveíte ocasionada pela erliquiose ocorre devido ao depósito de imunocomplexo na úvea, ou seja, a uveíte da erliquiose tem origem imunomediada.


Unilateral ou bilateral:

A uveíte ocasionada pela erliquiose pode ser unilateral ou bilateral, sendo que a uveíte bilateral é mais frequente.


Complicações:

A uveíte pode ocasionar em:

Ceratouveíte:

A ceratouveíte crônica também pode ocasionar em ceratocone.


Luxação do cristalino.


Catarata.


Glaucoma secundária.


(Foto: imagem demonstrando hiperemia conjuntival, rubeosis iridis e hemorragia iriana [Fonte: Leiva, 2005])

A esclerite necrotizante pode ocasionar em prolapso uveal subconjuntival.

(Foto: imagem demonstrando uma esclerite necrótica. Notar congestão conjuntival, melting escleral e prolapso subconjuntival do trato uveal [Fonte: Komnenou, 2007])

Raramente a Ehrlichia canis ocasiona em celulite orbitária.

(Foto: imagem demonstrando um cão com celulite orbitária [Fonte: Komnenou, 2007])

A úlcera de córnea ocorre devido ao depósito de imunocomplexo na córnea, mas essa condição é rara.


Vasos tortuosos e engurgitados da retina:

Os vasos tortuosos e engurgitados da retina na erliquiose são ocasionados pela hiperviscosidade do sangue.


Coriorretinite.


Hemorragia em corpo vítreo e em coroide:

(Foto: imagem demonstrando  descolamento de retina exsudativa e hemorragia em corpo vítreo [Fonte: Leiva, 2005])


Cicatriz coriorretiniana.


Retinite difusa.


Infiltrado perivascular retiniano.


Exsudato e/ou hemorragia retiniana.


Descolamento de retina:

O descolamento de retina ocorre devido à hemorragia subrretiniana.

Tanto a hemorragia subrretiniana quanto o hifema da erliquiose são ocasionados devido à hiperviscosidade sanguínea secundário à gamopatia monoclonal, elevação na pressão oncótica, vasculite e disfunção plaquetária.


Papiledema.


Diagnóstico

  • Anamnese

    Algumas vezes o responsável pelo pet já nos orienta quanto a presença de carrapatos.

    A presença de carrapato no paciente nos auxilia no diagnóstico, mas a ausência de carrapato no paciente não significa que não possa ser erliquiose.

  • Exame físico

    A sintomatologia ocasionada pela Ehrlichia canis está relacionada à vasculite e à alteração imunológica sistêmica.

    A Ehrlichia canis ocasiona em sintomas clínicos diversos e inespecíficos, mas o pet não precisa obrigatoriamente apresentar todos os sintomas clínicos para pensarmos em infecção por Ehrlichia canis.

    Caso o paciente apresentar 1 ou mais sintomas, já devemos pensar em erliquiose.

Exame de sangue

Eritrograma:

Diminuição dos eritrócitos:

A diminuição da quantidade de eritrócitos, que são as hemácias, ocorre devido ao sequestro dessas células pelo baço, devido à perda de sangue pelos órgãos ocasionada pela vasculite e devido ao desenvolvimento de anticorpos antieritrocitários, ou seja, devido ao desenvolvimento de anemia hemolítica imunomediada.


Diminuição da hemoglobina:

A diminuição da quantidade de hemoglobina ocorre devido à reação inflamatória sistêmica e pela utilização de ferro pela Ehrlichia canis.


Regenerativa ou arregenerativa:

A anemia ocasionada pela Ehrlichia canis pode ser arregenerativa quando houver anemia da doença crônica e aplasia ou hipoplasia de medula óssea. A Ehrlichia canis se multiplica na medula óssea  e inibe a eritropoese. A anemia arregenerativa é caracterizada por ser normocítica e normocrômica.

A anemia ocasionada pela erliquiose também pode ser regenerativa quando houver perda de sangue ou anemia hemolítica imunomediada. 


Presença de eritrócitos nucleados:

A presença de eritrócitos nucleados nos pacientes com erliquiose ocorre devido à anemia regenerativa secundária à perda de sangue, à anemia hemolítica imunomediada, lesão em medula óssea e/ou hematopoese extramedular esplênica.


Leucograma:

Leucócitos:

- Definição: os leucócitos são todos os glóbulos brancos.


- Quantidade normal: o paciente com erliquiose pode apresentar os leucócitos dentro dos valores da normalidade.


- Leucopenia: o paciente com erliquiose pode apresentar leucopenia, que é a quantidade reduzida de leucócitos no sangue, discreta.


Neutrófilos:

- Definição: o neutrófilo é um tipo de leucócito. 


- Neutrofilia: a Ehrlichia canis pode ocasionar em neutrofilia, que é o aumento da quantidade de neutrófilo no sangue. 


- Desvio à esquerda: normalmente a neutrofilia ocasionada pela Ehrlichia canis é acompanhada por desvio à esquerda, que é a presença de neutrófilos imaturos no sangue, mas há casos de cães com erliquiose que apresentam neutrofilia sem desvio à esquerda.


Linfócitos:

- Definição: os  linfócitos são outro tipos de leucócitos.


- Linfopenia: a infecção por erliquiose pode ocasionar em linfopenia, que é a diminuição da quantidade de linfócitos no sangue, devido à ação de glicocorticoide endógeno ou exógeno. A ação de glicocorticoide, tanto endógeno quanto exógeno, promove o sequestro de linfócitos por tecidos linfóides como a medula óssea, por exemplo, para potencializar a apoptose de linfócitos.


- Linfocitose: a linfocitose, que é o aumento da quantidade de linfócitos no sangue, ocorre devido à estimulação antigênica que a, Ehrlichia canis causa no organismo.


Monócitos:

- Definição: os monócitos são outro tipo de leucócitos e que são um dos componentes da resposta inflamatória.


- Monocitose: o paciente com infecção por erliquiose pode apresentar monocitose, que é a elevação da quantidade de monócitos


Eosinófilos:

- Definição: os  eosinófilos são outro tipos de leucócitos.


- Eosinopenia: a infecção por erliquiose pode ocasionar em eosinopenia, que é a diminuição da quantidade de eosinófilos.


Contagem plaquetária:

Plaquetas dentro do valor de normalidade:

Embora raro, alguns pets com erliquiose positiva visualizada em outros exames complementares mais específicos apresentam plaquetas dentro do valor da normalidade.


Trombocitopenia:

- Introdução: a trombocitopenia, que é a diminuição da quantidade de plaquetas no sangue, é a alteração mais comum encontrada nos pets com erliquiose. Entretanto, não é somente a Ehrlichia canis que ocasiona em trombocitopenia, pois há outras doenças infecciosas, doenças imunomediadas, doenças inflamatórias e neoplasias que também ocasionam em trombocitopenia.


- Causas da trombocitopenia na erliquiose:

  • Elevação dos fatores de inibição da imigração plaquetária no sangue.

  • Diminuição da meia-vida.

  • Consumo gerado pela vasculite.

  • Sequestro de plaquetas realizada pelo baço.

  • Presença de imunocomplexos: os imunocomplexos podem se ligar às células do sangue e também podem ocasionar em anemia, leucopenia e trombocitopenia.

  • Pela destruição inflamatória e/ou imunológica: a destruição imunológica das plaquetas, ou seja, a trombocitopenia imunomediada é ocasionada por um subtipo de IgG ou por fagocitose. Alguns pacientes com uma forma mais severa de erliquiose apresentam persistência da elevação do IgG.

  • Alteração em medula óssea:

* Hipoplasia da medula óssea:  a hipoplasia da medula óssea é definida como a diminuição da função da medula óssea em produzir um ou mais tipos de células do sangue como hemácias, leucócitos e plaquetas. 

* Aplasia da medula óssea: a aplasia da medula óssea é definida como a diminuição severa ou ausência de função da medula óssea em produzir as células do sangue. Caso houver aplasia de medula óssea de todas as células do sangue, o quadro é chamado de pancitopenia.


Esfregaço de sangue:

Podemos observar ao exame de esfregaço de sangue de um paciente com erliquiose:

Monócitos reativos.


Eritrofagocitose.


Trombofagocitose.


Fagocitose de material nuclear.


Megaplaquetas.


Grandes linfócitos granulares/linfocitose granular grande:

Os grandes linfócitos granulares são tanto células natural-killer quanto linfócitos T citotóxicos.

Os pacientes com erliquiose podem apresentar proliferação policlonal de linfócitos.

O diagnóstico diferencial de grandes linfócitos granulares e de linfocitose granular são erliquiose, leucemia linfocítica, leucemia aguda linfoblástica e meningoencefalite necrotizante.


Observação da mórula:

Fase aguda:

Somente é possível visualizar a mórula no esfregaço de sangue periférico, aspirado de linfonodos, aspirados de fígado e líquido cefalorraquidiano dos pets que estão na fase aguda da erliquiose.


Material utilizado:

Para visualizarmos a mórula, nós podemos utilizar o sangue periférico, aspirado de linfonodos, aspirados de fígado e líquido cefalorraquidiano.


Local de visualização:

A observação da mórula presente nos linfócitos e monócitos ou nas plaquetas durante o exame de esfregaço de sangue periférico nos fornece o diagnóstico presuntivo de erliquiose.

(Foto: presença de mórula de Ehrlichia canis em linfócito. [Fonte: Mylonakis, 2017])


Falso-negativo:

A observação dessa mórula é rara e há alta probabilidade de resultado falso-negativo.


Falso-positivo:

Há a possibilidade de resultados falso-positivo também, pois a elevada ativação plaquetária produz substâncias semelhantes à mórula e o material nuclear fagocitado de plaquetas podem ser confundidos com o corpúsculo de inclusão ocasionada pela erliquiose, além de que outras doenças infecciosas também podem infeccionar monócitos e formar mórula.

Introdução:

A proteína C-reativa é uma proteína de fase aguda sintetizada pelo fígado devido à lesão nos tecidos após o quadro de infecção sistêmica, inflamação sistêmica e nos casos de trauma.


Valor dentro da normalidade ou elevação:

Os pacientes com erliquiose podem apresentar aumento nos valores da proteína C-reativa ou podem apresentar valores da proteína C-reativa dentro da normalidade.

A elevação da proteína C-reativa no sangue na fase aguda da erliquiose pode ajudar a matar a Ehrlichia canis que está no interior dos macrófagos de cães, controlando a infecção na fase subclínica.

Proteína total dentro do valor de referência:

O paciente com erliquiose pode apresentar proteína dentro do valor de referência devido à hipergamaglobulinemia associada à hipoalbuminemia. 


Hipoproteinemia:

O paciente com erliquiose pode apresentar hipoproteinemia, ou seja, diminuição da proteína no sangue devido à hipoalbuminemia. 

Definição:

A albumina é uma proteína que está presente no sangue, mais especificamente no plasma do sangue.


Hipoalbuminemia:

Definição:

A infecção por Ehrlichia canis pode ocasionar em hipoalbuminemia, que é a diminuição da quantidade de albumina no sangue.


Etiologia:

- Diminuição da ingestão de proteínas:  a diminuição da ingestão de proteínas é causada pela anorexia.


- Extravasamento de albumina pelos tecidos: o extravasamento de albumina pelos tecidos ocorre como consequência da vasculite sistêmica.


- Diminuição da produção de albumina devido à lesão hepática: o fígado apresenta capacidade de reserva de albumina.  Caso o fígado apresentar diminuição da função devido à lesão, haverá diminuição da albumina sérica.


- Diminuição da produção de albumina devido à elevação da produção de globulinas.


- Perda de albumina pela urina devido à glomerulopatia.


Hiperalbuminemia:

Definição:

A hiperalbuminemia é o aumento da quantidade de albumina no sangue.

Definição:

A imunoglobulina é um complexo de glicoproteína com atividade de anticorpo, ou seja, é o anticorpo. A imunoglobulina possui abreviação de "Ig".


Hiperglobulinemia:

Definição:

Os pacientes com erliquiose podem apresentar aumento na quantidade de globulina no sangue, ou seja, hiperglobulinemia. 


Etiologia:

- Resposta do sistema imunológico do animal: a hiperglobulinemia é atribuída às proteínas de fase aguda na fase aguda da doença e à produção de imunoglobulinas e proteínas na fase crônica.


- Compensar a hipoalbuminemia.


Complicações:

A hiperglobulinemia pode ocasionar em síndrome da hiperviscosidade sanguínea.


Hipergamaglobulinemia:

Etiologia:

A hipergamaglobulinemia da erliquiose é ocasionada por uma resposta humoral não específica.


Monoclonal ou policlonal:

O paciente com erliquiose pode apresentar hipergamaglobulinemia policlonal, mas também podem apresentar gamopatias monoclonais também, assim como o paciente com leishmaniose.

O plasmócito se divide diversas vezes para formar um clone. Caso um único clone de plasmócitos for responsável pela produção de imunoglobulina, então a hiperglobulinemia é monoclonal.


Complicação:

A hipergamaglobulinemia pode induzir em destruição plaquetária imunomediada.

Fosfatase alcalina (FA):

Definição:

A fosfatase alcalina é uma enzima que está localizada em diversos órgãos. 


Elevação:

A elevação da concentração de fosfatase alcalina no sangue pode ocorrer devido à alteração nos ossos, alteração hepatobiliar e devido à elevação dos níveis de glicocorticóide no sangue. 

Nos pacientes com erliquiose, a quantidade de fosfatase alcalina no sangue pode aumentar devido à lesão no fígado e devido ao glicocorticóide produzido pelo paciente em decorrência de situção de estresse corpóreo e devido à infecção em si. 


Alanina aminotransferase (ALT):

Definição:

A alanina aminotransferase é uma enzima que está presente no interior da célula do fígado (hepatócito). 


Elevação:

A quantidade de alanina aminotransferase se eleva no sangue nos casos em que há lesão no hepatócito quando há regeneração celular do fígado. 

Nos casos de erliquiose, a elevação da alanina aminotransferase está relacionada à hipóxia anêmica, necrose intralobular secundária à hemorragia ou secundária à sepse bacteriana.


Bilirrubina:

Os pacientes com erliquiose podem apresentar hiperbilirrubinemia, que é o aumento da concentração de bilirrubina no sangue, que pode indicar lesão hepática.

Ureia e creatinina:

A ureia e a creatinina se elevam nos casos de erliquiose devido:

Antígeno em si.


Depósito de imunocomplexo nos glomérulos dos rins .


Síndrome da hiperviscosidade sanguínea.

Definição:

A troponina é um biomarcador de lesão miocárdica.


Elevação:

Os pacientes com erliquiose podem apresentar elevação da concentração de troponina I, devido à contínua destruição, necrose e edema e remodelamento das fibras miocárdicas.

As lesões miocárdicas ocorre devido à progressiva e intensa infiltração celular mononuclear, vasculite, ação das imunoglobulinas e hemorragia miocárdica.

Diminução:

O paciente com erliquiose apresenta diminuição dos valores de T3 total e de T4 total.

A diminuição dos valores de T3 total e de T4 em pacientes com erliquiose ocorre devido à adaptação do organismo em reduzir o metabolismo celular durante a infecção.

Caso o pacientes não apresentar sintomas clínicos compatíveis com hipotireoidismo e não receber algum medicamento que conhecidamente reduz os valores de T3 total e de T4 total, significa que o paciente apresenta a síndrome do eutireoideo doente.

Os pacientes com erliquiose podem apresentar aumento no tempo de coagulação, pois, além da trombocitopenia, as plaquetas estão com sua função prejudicada.

Mielograma

  • Indicação

    A mielograma, que é o exame de citologia da medula óssea, está indicada nos casos de:

    Anemia pouco regenerativa ou arregenerativa.


    Panleucopenia.


    Trombocitopenia.

  • Alterações visualizadas

    Normocelularidade.


    Hipercelularidade:

    Normalmente o paciente infectado pela Ehrlichia canis com hipercelularidade na mielograma apresenta panleucopenia transitória ao hemograma.


    Hipocelularidade:

    Pacientes com a fase crônica da erliquiose podem apresentar hipocelularidade na mielograma.


    Megatrombócito.


    Megacariócito.


    Adipósitos.


    Células endoteliais.


    Células estromáticas.


    Hiperplasia de mastócito.


    Hiperplasia de plasmócito:

    A presença de hiperplasia de plasmócito indica resposta humoral ineficaz contra a Ehrlichia canis.

Urinálise (urina 1)

A proteinúria está relacionada à glomerulopatia imunomediada.





Análise do líquido cefalorraquidiano (líquor)

Normalmente realizamos a análise do líquido nos pacientes que apresentam convulsão ou outra sintomatologia neurológica de sistema nervoso central.

Na análise do líquor dos pacientes com erliquiose, podemos observar:

Pleocitose mononuclear.


Aumento da concentração de proteínas.


Mórula no interior de leucócitos:

A visualização da mórula no interior de eosinófilos, neutrófilos e monócitos presentes no líquido cefalorraquidiano é atípica e está associado à infecções de Ehrlichia canis  associadas à infecção por Neospora caninum e Hepatozoon canis.

Exame citológico

Linfonodos:

Podemos realizar exame citológico através de coleta de material dos linfonodos. 

A presença de células plasmáticas ao exame citológico do linfonodo indica grande possibilidade erliquiose.


Medula óssea.


Sangue periférico:

Recomenda-se realizar o exame citológico através da coleta de sangue da ponta de orelha do paciente ou através de concentrado de leucócitos formado após a centrifugação do sangue.

O exame citológico do sangue fornece grande percentual de falsos-negativos e por isso que o resultado negativo não significa necessariamente que o paciente não apresenta erliquiose.


Cultura celular

A cultura celular tem o intúito de multiplicar um agente infeccioso laboratorialmente.

A cultura celular para diagnóstico definitivo apresenta alta sensibilidade, ou seja, os resultados positivos são confiáveis. 

Para realizar a cultura celular para diagnóstico de erliquiose, é necessário:

Laboratório especializado.


Profissional altamente treinado.


Demora para sair o resultado:

Resultado desse exame demora aproximadamente 30 dias a 10 semanas para ficar pronto.


Custoso.


Não é realizada na rotina:

A cultura celularnão é realizada na rotina da clínica e hospitais veterinários e somente é realizado para pesquisa.

Exame sorológico por ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA)

O ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA) pode ser utilizado tanto para detectar anticorpo como antígeno.

O ensaio de imunoabsorção enzimática consegue detectar proteínas recombinantes na superfície da Ehrlichia canis e consegue detectar anticorpos anti-Ehrlichia canis.

O ensaio de imunoabsorção enzimática é um exame qualitativo, ou seja, somente fornece resultado positivo ou negativo e não fornece a quantidade de anticorpo ou de antígeno presente.

Normalmente os pacientes desenvolvem anti-corpos anti-Ehrlichia canis após 14 dias da infecção.

O ensaio de imunoabsorção enzimática também pode ocasionar em resultados falso-negativos dependendo da quantidade de anticorpos anti-Ehrlichia canis presente no paciente.

Em casos de resultado negativo do ensaio de imunoabsorção enzimática, mas com animal apresentando outras alterações clínico-patológicas, recomenda-se realizar novamente o exame de ensaio de imunoabsorção enzimática de 1 a 2 semanas após o primeiro exame devido à diminuição da sensibilidade do exame.

Exame sorológico por reação de imunofluorescência indireta (RIFI)

O exame sorológico padrão utilizado para a pesquisa de anticorpo anti-Ehrlichia canis é a reação de imunofluorescência indireta, também chamado simplesmente de imunofluorescência indireta (IFI), e pode ser utilizado tanto para cães quanto para gatos, embora a infecção por Ehrlichia canis em gatos seja rara.

A reação de imunofluorescência indireta é utilizada para detectar anticorpos no soro sanguíneo.

A produção de anticorpos se inicia após 14 dias da infecção da Ehrlichia canis.

Imunoglobulina (IgG):

A presença de anti-corpos anti-Ehrlichia canis IgG, ou seja, a imunoglobulina G é considerada como o padrão-ouro sorológico, pois indica a exposição do paciente à Ehrlichia canis.

A imunoglobulina G anti-Ehrlichia canis persiste por meses a anos após o tratamento e a eliminação da Ehrlichia canis.


Imunoglobulina M (IgM):

A presença de anti-corpos anti-Ehrlichia canis IgM, ou seja, a presença de imunoglobulina M não é considerada como um indicador confiável de exposição a Ehrlichia canis devido ao desenvolvimento inconsistente desse  anticorpos durante o curso da doença.

O exame de reação de imunofluorescência indireta apresenta reação-cruzada com outras espécies de Ehrlichia sp. e ocorrem pouca reação-cruzada com outros agentes infecciosos como a A. phagocytophilum, N. helminthoeca e N. risticii, por exemplo.

Entretanto, não ocorre reação-cruzada sorológica entre a Ehrlichia canis e a Anaplasma platys.

Importante associarmos o resultado do exame sorológico com os sintomas que o paciente apresenta e com outros achados laboratoriais. Caso o paciente apresentar sintoma compatível com erliquiose e apresentar aumento nos níveis de anticorpo anti-Ehrlichia canis no sangue, podemos realizar o diagnóstico presuntivo de erliquiose, mas o aumento nos níveis de anticorpo anti-Ehrlichia canis no sangue sem sintomatologia significa que o pet foi infectado por Ehrlichia canis anteriormente e não fechamos o diagnóstico de infecção ativa.

Caso o paciente apresentar anti-Ehrlichia canis com valor igual ou superior a 4 vezes, significa que há infecção ativa de erliquiose e o tratamento deve ser iniciado, mesmo se o pet não apresentar sintomatologia.

Caso realizarmos o exame sorológico pareado, ou seja, mais de 1 exame sorológico realizado com diferença de 14 a 21 dias com aumento do resultado mesmo sem o paciente apresentar sintomatologia aparente significa que há infecção ativa.

Reação em cadeia pela polimerase (PCR)

A reação em cadeia pela polimerase é o teste mais sensível e específico para o diagnóstico de erliquiose, pois detecta o DNA da Ehrlichia canis no organismo do pet e o resultado pode ser positivo mesmo antes da soroconversão, ou seja, antes de o sistema imunológico começar a produzir anticorpos anti-Ehrlichia canis.

A presença de DNA da Ehrlichia canis no organismo do paciente provavelmente indica infecção ativa.

Baço:

Podemos realizar uma punção de baço para realizar esse exame.

O baço alberga a Ehrlichia canis por mais tempo quando comparado com o sangue e por isso é mais realizado como acompanhamento do tratamento.


Sangue:

A coleta de sangue para realizar o exame apresenta maior aplicabilidade e praticidade na rotina clínica.

O DNA da Ehrlichia canis pode detectado em 4 a 10 dias após a inoculação.

Baixa bacteremia:

Caso houver baixa quantidade de Ehrlichia canis no organismo do paciente, não haverá a detecção do DNA da Ehrlichia canis e o resultado é falso-negativo.


Tratamento com antibiótico foi iniciada antes da coleta do sangue: 

Caso suspeitarmos de erliquiose e houver necessidade imediata de iniciar o tratamento com antibiótico, podemos coletar o sangue do pet (condicionar em tubo com EDTA) para realizar o exame de PCR e iniciar o tratamento após, pois assim o resultado não será falso-negativo. 

Entretanto, mesmo realizando todo o procedimento adequadamente, o resultado da PCR pode ser falso-negativo em 30% dos casos.


 Nas infecções crônicas.


Pacientes imunocompetentes:

O paciente imunocompetente pode diminuir a quantidade de Ehrlichia canis nos tecidos a um nível em que a reação em cadeia pela polimerase não detecta o agente.

Importante associarmos o resultado do exame sorológico com os sintomas que o paciente apresenta e com outros achados laboratoriais. Caso o paciente apresentar sintoma compatível com erliquiose e apresentar aumento nos níveis de anticorpo anti-Ehrlichia canis no sangue, podemos realizar o diagnóstico presuntivo de erliquiose, mas o aumento nos níveis de anticorpo anti-Ehrlichia canis no sangue sem sintomatologia significa que o pet foi infectado por Ehrlichia canis anteriormente e não fechamos o diagnóstico de infecção ativa.

Caso o paciente apresentar anti-Ehrlichia canis com valor igual ou superior a 4 vezes, significa que há infecção ativa de erliquiose e o tratamento deve ser iniciado, mesmo se o pet não apresentar sintomatologia.

Caso realizarmos o exame sorológico pareado, ou seja, mais de 1 exame sorológico realizado com diferença de 14 a 21 dias com aumento do resultado mesmo sem o paciente apresentar sintomatologia aparente significa que há infecção ativa.

Exames de imagem

  • Ultrassonografia abdominal

    A ultrassonografia abdominal do paciente com erliquiose pode indicar:

    Aumento no tamanho do baço, do fígado e dos linfonodos abdominais.


    Hiperecogenicidade córtex renal:

    Os pacientes com erliquiose podem apresentar também hiperecogenicidade do córtex renal, quadro compatível com glomérulonefrite.

  • Eletrocardiograma

    Os pacientes com erliquiose podem apresentar alterações de ritmo e de condução ao eletrocardigrama como:

    Arritmia sinual.


    Ritmo sinusal.


    Taquicardia sinusal.


    Contração ventricular prematura (VPC):

    A contração ventricular prematura nos animais com erliquiose ocorre devido à miocardite secundária à inflamação sistêmica e devido à hipóxia tecidual secundária à anemia.

    (Foto: presença de contração ventricular prematura. [Fonte: Semiologia Veterinária, a Arte do Diagnóstico, 2014])

  • Ecodopplercardiograma

    Importante realizarmos o ecodopplercardiograma nos pacientes com erliquiose, pois a erliquiose pode ocasionar em miocardite, que é a inflamação no músculo do coração. A miocardite nos pacientes com erliquiose é ocasionada pela intensa estimulação do sistema imunológico.

    A inflamação no músculo do coração pode ocasionar em diminuição da contração do coração, o paciente pode desenvolver cardiomiopatia dilatada e, posteriomente, em insuficiência cardíaca congestiva crônica.

Diagnósticos diferenciais

  • Doenças infecciosas

    Anaplasmose.


    Babesiose.


    Bartonelose.


    Hepatozoonose.


    Cinomose.


    Leishmaniose canina:

    As alterações oculares ocasionadas pela leishmaniose são semelhantes às alterações oculares ocasionadas pela erliquiose.

  • Doenças imunomediadas

     Trombocitopenia imunomediada.


    Lupus eritromatoide sistêmico.

  • Neoplasias

    Linfoma.


    Mieloma múltiplo.

Tratamento

  • Introdução

    A recuperação clínica espontânea de cães com infecção aguda de erliquiose é comum, mas é importante realizar o tratamento clínico para acelerar a recuperação do paciente, prevenir o agravamento da infecção ou de óbito.

    Os objetivos do tratamento da erliquiose são a remissão dos sintomas clínicos, resolução das alterações clínico-patológicas e erradicação da infecção.

    Entretanto, o tratamento clínico ocasionalmente é inefetivo, principalmente nos pacientes com a infecção crônica da erliquiose.

  • Quando realizar o tratamento?

    Presença de sintomas clínicos e anormalidades clinico-patológicas associado à positividade do exame sorológico.


    Alterações clinico-patológicas ausentes com resultado do exame sorológico igual ou maior de 4 vezes e PCR negativo.


    PCR positiva em paciente clinicamente saudável com alterações clinico-patológicas.

Antibióticoterapia

Introdução:

A doxiciclina, que é um antibiótico da classe das tetraciclinas, é o antibiótico de escolha para o tratamento da erliquiose. 


Mecanismo:

A doxiciclina é um antibiótico que inibe a multiplicação bacteriana, ou seja, é um antibiótico bacteriostático.


Funções:

Atuação anti-bacteriana:

A doxiciclina atua sobre as bactérias gram-positivas, gram-negativas, riquétsias e alguns protozoários.


Ação imunomoduladora e imunoestimulante:

A doxiciclina apresenta efeito imunoestimulante por melhorar a proliferação e função dos leucócitos e por aumentar quantidade de linfócito B.


Ação anti-inflamatória e imunomoduladora:

A doxiciclina promove a proliferação e função dos leucócitos, inibe a síntese de citocinas como o fator de necrose tumoral e interferons, por exemplo, inibe a atividade da matrix metaloproteinase, promove a quimiotaxia dos neutrófilos, melhora as funções metabólicas e fagocíticas, e suprime a liberação de imunoglobulinas.


Absorção da doxiciclina:

Lipossolúvel e tempo de absorção:

Por ser lipossolúvel, a doxiciclina apresenta alta absorção pelo intestino e atinge alta concentração nas células do sangue sendo que essas caractéristicas são importantes para combater as bactérias intracelulares, como é o caso da Ehrlichia canis.

A doxicilina vai ser absorvida pelo trato digestivo e após 1 a 3 horas a administração da doxiciclina por via oral, ocorrerá a concentração plasmática máxima da doxiciclina. 


Medicamentos e substâncias que prejudicam a absorção intestinal da doxiciclina:

A utilização de laxantes, utilização de antiácidos como o omeprazol, por exemplo, o leite e seus derivados e os suplementos vitamínicos (cálcio, magnésio, ferro, zinco e alumínio) podem prejudicar a absorção da doxiciclina pelo trato digestivo.

Recomenda-se administrar a doxiciclina sem alimento.


Meia-vida:

A meia-vida da doxiciclina é de 16 a 18 horas, sendo que é possível fazer o tratamento com doxiciclina a cada 12 ou 24 horas.


Excreção do antibiótico:

A doxiciclina é eliminada pela urina através da filtração glomerular (através da urina), pelo trato intestinal e pela bile (através das fezes).


Efeitos colaterais:

Efeitos do trato digestivo:

Independentemente da via de administração, a doxiciclina pode ocasionar em anorexia, náusea, vômito e diarreia.

A doxiciclina pode ocasionar em irritação gástrica e alteração da microbiota intestinal.

A doxiciclina pode ocasionar em irritação esofágia e, consequentemente, em esofagite, principalmente nos gatos. Recomenda-se administrar um pouco de água ao pet após a administração da doxiciclina para diminuir possibilidade de ocorrer a esofagite.


Efeitos hepáticos:

A doxiciclina também pode ocasionar em infiltração gordurosa no fígado, elevando as enzimas ALT e fosfatase alcalina.

As alterações hepáticas ocasionadas pela doxiciclina são em decorrência da característica lipofílica do medicamento e devido ao seu extenso metabolismo.


Lesão renal:

A doxiciclina pode ocasionar em dano nos túbulos renais


Quelante de cálcio:

Não é recomendado utilizar a doxiciclina em pacientes com arritmias, que estão em fase de crescimento ou em pacientes prenhas, pois a doxiciclina pode ocasionar ultrapassar a barreira placentária e pode ocasionar em alterações ósseas devido a facilidade da doxiciclina se ligar ao cálcio presente no sangue.


Abscesso:

O abscesso pode ser ocasionado através da aplicação injetável da doxiciclina.


Dor no local da aplicação:

A administração intramuscular da doxiciclina pode ser realizada, mas ocasiona em muita dor no local da aplicação.


Dose: 

Recomenda-se utilizar a doxiciclina na dose de 5 mg/kg a cada 12 horas ou 10 mg/kg a cada 24 horas por um período mínimo de 28 dias. Alguns pacientes com erliquiose com a fase subclínica podem necessitar de um período maior de tratamento.

Há um consenso do Colégio Americano de Medicina Interna Veterinária que sugere a utilização de doxiciclina na dose de 10 mg/kg a cada 24 horas por 28 dias.

A doxiciclina pode ser administrada pela via oral, pela via intravenosa e pela via intramuscular. A administração intravenosa da doxiciclina deve ser realizada lentamente.


Eficácia:

O tratamento com doxiciclina promove a remissão clínica e normaliza as alterações hematológicas, mas pode não eliminar consistentemente a infecção dependendo da resposta imunológica do pet.


Insucesso do tratamento:

Pacientes com intolerância à doxiciclina.


Fase da doença:

O insucesso do tratamento da erliquiose com doxiciclina está relacionada à fase da infecção, sendo que a fase crônica da doença é mais difícil de tratar quando comparado com o tratamento da fase aguda e subclínica da infecção.


Tratamento interrompido:

O tratamento não deve ser interrompido, mesmo após a ausência de sintomas clínicos ou da melhora dos exames laboratoriais.


Pacientes com pancitopenia ou mielossupressão:

Pacientes com a fase crônica que apresenta pancitopenia ou mielossupressão importante.


Tratamento com dose e período impróprio:

Os pacientes tratados com tratamento  com dose e período impróprio podem não responder bem ao tratamento.

Introdução:

Assim como a doxiciclina, a minociclina é um antibiótico da classe das tetraciclinas e é um antibiótico que pode ser utilizado no tratamento da erliquiose.


Propriedades:

Alta propriedade lipofílica:

A minociclina apresenta maior propriedade lipofílica quando comparado com a doxiciclina e consequentemente possui maior penetração nas células e nos órgãos.


Menor ligação proteica.


Penetra no sistema nervoso central.


Utilização:

Ehrlichia canis invadiu o sistema nervoso central.


Não for possível utilizar a doxiciclina.


Dose:

A dose utilizada de minociclina para o tratamento da erliquiose é de 10 mg/kg, a cada 12 horas, por 28 dias, por via oral.


Eficácia:

A eficácia do tratamento com minociclina varia de acordo com a fase da infecção da erliquiose.

Introdução:

A rifampicina é um antibiótico lipofílico principalmente bacteriostático que atua sobre bactérias gram-positivas, gram-negativas, micobactérias, estafilococos produtores de penicilinase e apresenta alguma atividade sobre vírus e fungos.


Indicação:

Pacientes que apresentam intolerância à doxiciclina.


Tratamento com doxiciclina for ineficaz:

A rifampicina é tão efetiva quanto a doxiciclina no tratamento da erliquiose.


Resistência bacteriana:

A resistência bacteriana à rifampicina se desenvolve rapidamente.


Efeitos colaterais:

Os efeitos colaterais que a rifampicina pode ocasionar são:

Alteração na coloração da urina, saliva e lágrima,


Desconforto gastrointestinal,


Pancreatite,


Elevação sérica da fosfatase alcalina e da ALT.


Dose:

A dose de rifampicina utilizada para o tratamento de erliquiose pode ser de 15 mg/kg, a cada 12 horas, por 7 dias, por via oral, ou de 10 mg/kg, a cada 24 horas, por 21 dias, por via oral.

Quanto maior a dose de rifampicina utilizada,  maior a possibilidade do paciente desenvolver efeitos colaterais.


Eficácia:

A rifampicina elimina parcialmente a infecção por Ehrlichia canis e acelera a melhora da trombocitopenia.


Insucesso do tratamento:

Tempo de tratamento inadequado.


Resistência bacteriana à rifampicina.

Introdução:

O cloranfenicol é um antibiótico.


Atuação anti-bacteriana:

O cloranfenicol atua sobre espiroquetas, bactérias gram-positivas, gram-negativas, micoplasma e rickétsias.


Absorção do cloranfenicol:

O cloranfenicol é absorvido pelo trato digestivo.


Excreção do cloranfenicol:

O cloranfenicol é eliminado pela urina através da filtração glomerular e através da bile.


Efeitos colaterais:

Efeitos gastrointestinais:

O cloranfenicol pode ocasionar em vômito e diarreia.


Respostas de hipersensibilidade:

O cloranfenicol pode ocasionar em reações alérgicas.


Supressão da medula óssea:

O pior efeito colateral ocasionado pelo cloranfenicol é a supressão da medula óssea, ocasionando em anemia e redução na produção de anticorpos. 

Lembrar que o paciente com erliquiose já pode apresentar anemia prévia e a infecção pode piorar devido à redução da produção dos anti-corpos e por isso que temos que ter cautela com o uso de cloranfenicol nos pacientes com erliquiose.


Utilização:

Devido aos efeitos colaterais ocasionados pelo cloranfenicol, somente utilizamos o cloranfenicol para o tratamento da erliquiose em nos casos de:

A doxiciclina não pode ser utilizada.


Quando houver resistência bacteriana à doxiciclina.


Sem resposta clínica à doxiciclina.



Dose:

Vias de administração:

O cloranfenicol pode ser utilizado pela via oral, intravenosa e subcutânea;


Cães:

A dose de cloranfenicol utilizada em cães é de  15 a 20 mg/kg, a cada 8 horas. 


Gatos:

A dose de cloranfenicol utilizada em gatos é de 15 a 20 mg/kg, a cada 12 horas.

Ineficaz:

A enrofloxacina é ineficaz para a melhora hematológica ocasionada pela Ehrlichia canis e na  eliminação do agente, mas pode ser utilizadas para o tratamento das infecções secundárias.


Infecção secundária:

A enrofloxacina pode ser associada à doxiciclina e pode ser utilizada nas infecções secundárias ocasionadas pela erliquiose


Dose:

A dose de enrofloxacina utilizada em cães é de 10 mg/kg, a cada 24 horas.

Ineficaz:

Apesar de a azitromicina tratar efetivamente outras rickettsioses como a febre maculosa, a febre maculosa do mediterrâneo e o tifo, a azitromicina não melhora as alterações clínico-patológicas e não elimina a Ehrlichia canis.


Não utilizada:

A azitromicina não deve ser utilizada no tratamento da erliquiose.

Imunossupressores e imunoestimulantes

Utilização:

Doença inflamatória.


Doença imunomediada:

Importante utilizarmos os glicocorticoides em dose imunossupressora quando houver uveíte, glomerulonefrite, trombocitopenia e anemia importante, pois essas alterações sugerem a instalação de doença imunomediada.


Sem resposta ao tratamento com doxiciclina:

Utilizamos so glicocorticoides quando não houver resposta ao tratamento isolado de doxiciclina.


Funções:

Supressão da ação dos linfócitos T.


Diminuição lesão tecidual:

Os glicocorticoides promovem a diminuição da lesão tecidual ocorre através da diminuição do processo inflamatório e da ação imunomediada.


Previnir a formação de edema e prevenir a perda de proteína tecidual.


Aumentar a quantidade de plaquetas séricas.


Aumentar a quantidade de albumina sérica:

O glicocorticoide aumenta a albumina no sangue, mesmo em doses anti-inflamatórias.


Efeitos colaterais:

Os principais efeitos colaterais ocasionados pela dose imunossupressora de corticoideterapia são:

Predisposição do paciente desenvolver infecção secundária.


Sangramento gastrointestinal.


Interfere na eliminação do agente:

Como os linfócitos T são importantes na proteção imunológica contra a Ehrlichia canis, não é recomendado utilizar os glicocorticoides em dose imunossupressora por muito tempo, pois a imunossupressão vai interferir na completa eliminação da Ehrlichia canis e pode ocasionar em recrudescência da infecção.

Protocolos curtos de imunossupressão dificilmente reativam a infecção por Ehrlichia canis.


Medicamentos:

Dexametasona:

- Dose: a dose de dexametasona utilizada é de 0,3 a 0,4 mg/kg, intramuscular ou intravenoso.


Prednisona ou prednisolona:

- Dose: a dose de prednisolona ou da prednisona utilizada para imunossuprimir o pet que desenvolveu doença imunomediada pode ser de 1 a 2 mg/kg a cada 12 horas, pela via oral, por 2 a 7 dias, mas pode ser também de 0,5 mg/kg, a cada 24 horas por 7 dias e posteriormente 0,5 mg/kg a cada 48 horas por mais 7 dias.

Efeito:

Imunossupressão:

A ciclosporina interfere na ação dos linfócitos T, suprime a interleucina 2 e suprime outras citocinas.

A ação da ciclosporina ocorre mais nos linfócitos T do que nos linfócitos B.


Utilização:

Dermatite atópica.


Doença inflamatória:

A doença inflamatória intestinal pode ser tratada com ciclosporina.


Doença imunomediada:

A anemia hemolítica imunomediada e a poliartrite imunomediada são doenças imunomediadas.


Meia-vida:

A meia-vida da ciclosporina é de 8 a 9 horas nos cães e de 8 a 10 horas nos gatos.


Efeitos colaterais:

Os efeitos colaterais ocasionados pela ciclosporina são:

Vômito.


Diarreia.


Anorexia.


Nefrotoxicidade.


Tremores.


Hiperplasia gengival.


Papilomas.


Crescimento dos pelos.


Infecções secundárias.


Neoplasias.


Dose:

A dose de ciclosporina utilizada é de 4,4 a 8,3 mg/kg, a cada 12 horas, por via oral.

A absorção da ciclosporina pelos cães varia entre os indivíduos e por isso que a dose de ciclosporina deve ser ajustada individualmente.

Utilização:

A cloroquina é utilizada devido à sua ação anti-inflamatória.


Efeito esperado:

Evidenciou-se que o tratamento da erliquiose em cães com a associação de doxiciclina com cloroquina acelerou a recuperação do animal e houve normalização das alterações dos exames do sangue que foram visualizadas anteriormente ao tratamento.

Introdução:

O filgrastim é um análago do fator estimulante de colônias de granulócitos.

O filgrastim induz a produção de células progenitoras de granulócitos na medula óssea, mas a produção dessas células pelo filgrastim é dose-dependente.


Indicação:

Neutropenia:

O filgrastim pode ser utilizado em cães com neutropenia devido à infecção viral, substâncias tóxicas, origem radioativa ou induzida pelo transplante de medula óssea.


Efeitos colaterais:

Trombocitopenia:

Dose elevada de filgrastim pode ocasionar em trombocitopenia transitória e aumenta probabilidade de ocorrer hemorragias.


Dor óssea:

A dor óssea é o efeito colateral mais comum ocasionada pela dose elevada de filgrastim.


Fraqueza muscular:

Durante a aplicação de filgrastim, o cão também pode apresentar fraqueza muscular.


Dose:

A dose utilizada de filgrastim nos cães com mielossupressão ocasionada pela erliquiose é de 50 μg/kg, a cada 48 horas, pela via subcutânea, por 4 dias.

Antiparasitário

  • Imidocarbe

    Introdução:

    O imidocarbe é um antiparasitário.


    Mecanismo:

    Alguns pesquisadores relataram que o diproprionato de imidocarbe atua bloqueando a entrada de inositol, que é um nutriente essencial, na célula infectada pelo agente, resultando em inanição e inibição da infecção.


    Efeitos colaterais:

    O imidocarbe pode ocasionar em:

    Lesão renal.


    Lesão hepática.


    Salivação.


    Tremores.


    Arritmias.


    Taquicardia.


    Dispneia.


    Dor no local da aplicação.


    Diarreia.


    Secreção ocular.


    Dose:

    O imidocarbe é administrado na dose de 5 mg/kg pela via subcutânea.

    O imidocarbe é utilizado como dose única ou é necessário 2 aplicações com intervalo de 14 dias de imidocarbe, dependendo da apresentação comercial. O imidocarbe ocasiona em resíduos de longa duração e por isso que o tratamento é realizado com longo intervalo de tempo.


    Atropina:

    Aproximadamente 10 minutos antes de administrar o imidocarbe, é necessário administrar atropina pela via subcutânea na dose de 0,04 mg/kg para diminuir possibilidade de alguns dos efeitos colaterais ocasionados pelo imidocarbe.


    Eficácia:

    O imidocarbe é ineficaz para a melhora hematológica ou na eliminação da Ehrlichia canis.

    O imidocarbe não é recomendado para o tratamento da erliquiose, mas é recomendado para o tratamento da babesiose, que é outra doença transmitida pelo carrapato.

Auxílio no tratamento da anemia e hipoplasia da medula óssea

Introdução:

A eritropoetina é um fator hematopoiético que estimula a eritropoiese.


Indicação:

Anemia arregenerativa:

A eritropoetina pode ser utilizada nos casos de anemia arregenerativa devido à hipoplasia de medula óssea ocasionada pela erliquiose.


Efeitos colaterais:

Alguns pacientes podem apresentar dor nas articulações, febre, anorexia ou reações cutâneas com a utilização da eritropoetina.


Dose:

A dose de eritropoetina utilizada é de 100 IU/kg, pela via subcutânea, a cada 48 horas.

Indicação:

Hipoplasia medular:

Os pacientes com hipoplasia medular apresentam depleção de ferro sérico devido à cronicidade da doença e devido à hemorragia gastrointestinal oculta.


Contraindicação:

Sepse:

A suplementação vitamínica de ferro está contraindicada em pacientes que apresentam sepse. 


Administrar antes da doxiciclina:

O sulfato de ferro deve ser administrado 2 horas antes ou após a administração de doxiciclina.


Dose:

A dose utilizada de sulfato de ferro é de 100 a 300 mg, a cada 24 hora, por via oral, por 3 a 5 meses.

A transfusão sanguínea de bolsa de sangue total, concentrado de hemácias ou concentrado de plaquetas deve ser realizada dependendo da gravidade da anemia e da trombocitopenia, pois o paciente com anemia e/ou trombocitopemia importante pode ocasionar em risco de óbito.

Tratamento suporte

  • Fluidoterapia

    A fluidoterapia é realizada nos pacientes que apresentam desidratação.

  • Antiácidos

    Omeprazol:

    Utilização:

    Devido ao longo período de tratamento da doxiciclina, são comuns os efeitos colaterais ocasionados pela doxiciclina, principalmente a náusea, vômito e diarreia. 

    Para proporcionarmos maior conforto ao paciente e para não suspender o tratamento, podemos utilizar o omeprazol.


    Dose:

    A dose utilizada de omeprazol é de 1 mg/kg. 

    Como o omeprazol diminui a absorção da doxiciclina, recomeda-se utilizar o omeprazol no período da manha e utilizar a doxiciclina na dose de 10 mg/kg após 12 horas da administração do omeprazol.

  • Antieméticos

    Citrato de maropitant:

    A dose de citrato de maropitant é de 1 mg/kg, a cada 24 horas, pela via subcutânea.


    Ondansetrona:

    Caso o paciente estiver apresentando quadros eméticos, podemos utilizar a ondansetrona para diminuir a possibilidade de o paciente apresentar novos quadros eméticos.

  • Antipirético

    Caso o paciente apresentar hipertermia (febre), importante utilizarmos um medicamento antipirético.

  • Eliminar carrapatos dos pacientes e do ambiente

    Importante protegermos o paciente contra possíveis novas reinfestações de carrapato realizando um manejo no paciente e no ambiente.

Monitoramento do tratamento

  • Sintomas clínicos

    Importante acompanharmos a remissão dos sintomas clínicos com o decorrer do tratamento.

    Entretanto, a Ehrlichia canis pode persistir no paciente sem sintomas clínicos mesmo após o tratamento adequado, principalmente quando houver alguma outra infecção associada à erliquiose.

  • Hemograma

    Eritrócitos e hemoglobina:

    Há aumento dos eritrócitos e hemoglobina após o tratamento de erliquiose.


    Plaquetas:

    Há o aumento das plaquetas após o tratamento da erliquiose.

    O acompanhamento da concentração de plaqueta é um bom indicador de sucesso terapêutico, mas em alguns casos a trombocitopenia persiste de meses a anos após o tratamento.

    Entretanto, caso o paciente apresentar aumento nos valores das plaquetas e posteriormente apresentar diminuição nos valores das plaquetas, significa que provavelmente houve falha no tratamento ou reinfecção por Ehrlichia canis.


    Leucócitos:

    Após o tratamento, o paciente pode apresentar leucócitos dentro do valor de normalidade, leucopenia ou pancitopenia.


    Monócitos:

    Ao final do tratamento, o paciente pode apresentar monocitopenia.

  • Globulinas

    O valor das globulinas demoram meses para voltar ao valor de referência após o tratamento e a hiperglobulinemia persiste.

    Entretanto, caso a hiperglobulinemia persistir por período superior à 9 a 11 meses, significa que houve falha no tratamento da erliquiose ou há outra infecção ou neoplasia concomitante.

  • Proteína C-reativa

    A proteína C-reativa pode ser utilizada no acompanhamento da resposta à antibióticoterapia.

    Os valores da proteína C-reativa diminuem com o tratamento efetivo, mas não podemos utilizar a proteína C-reativa como indicador da eliminação da Ehrlichia canis após a antibióticoterapia.

  • Fosfatase alcalina e ALT

    A fosfatase alcalina e a ALT podem se elevar após o tratamento de erliquiose.

  • Sorologia

    Com o tratamento da erliquiose, há a redução dos níveis séricos de anticorpos anti-Ehrlichia canis.

    Alguns casos de pacientes tratados para erliquiose podem permanecer com anti-corpos anti-Ehrlichia canis por meses a anos após o tratamento e a resolução dos sintomas clínicos.

    Caso o paciente nãoo produzir anti-corpos contra a Ehrlichia canis, podemos assumir que a Ehrlichia canis foi eliminada.

  • Reação em cadeia pela polimerase (PCR)

    A reação em cadeia pela polimerase é o exame padrão-ouro para acompanharmos o tratamento da erliquiose.

    Como o baço alberga a Ehrlichia canis por maior tempo quando comparado com o sangue, realizamos a punção de baço para realizar esse exame no acompanhamento do tratamento de erliquiose.

    O resultado negativo pode indicar sucesso da terapia ou que o paciente é imunocompetente e eliminou a Ehrlichia canis sem interferência do tratamento. Entretanto, importante associarmos o resultado negativo da reação em cadeia pela polimerase com a diminuição da concentração de anti-Ehrlichia canis na sorologia para determinar que o tratamento foi eficiente.

    Entretanto, resultados positivos ainda podem ocorrer mesmo após o tratamento adequado da erliquiose devido à incompetência do sistema imunológico do animal em eliminar o agente, em casos de tratamento ineficiente ou em casos de re-infecção por Ehrlichia canis.

Prevenção

A melhor forma de prevenirmos a erliquiose, ou outra infecção transmitida pelo carrapato, é através da eliminação do carrapato presente no paciente e no ambiente e protegermos o paciente com produtos carrapaticidas.

Não estão disponíveis vacinas para prevenção de Ehrlichia canis, mas tem-se estudado a eficácica de vacinas com cepas de Ehrlichia canis atenuada ou inativada. 

Os cães submetidos à vacina com cepa de Ehrlichia canis atenuada ou inativada experimentalmente não desenvolveram a infecção devido à vacinação, apresentaram diminuição da carga bacteriana e diminuição dos sintomas clínicos quando foram expostos posteriormente à Ehrlichia canis.

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Atualizado em: 19/04/2024