Síndrome da obstrução aérea dos braquicefálicos
Introdução
Definição
Quadro agudo:
A síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica, normalmente chamado de "torção gástrica", de "dilatação gástrica aguda", de "timpanismo" e de "empazinamento", é uma afecção aguda emergencial que ocasiona em risco de vida ao pet e apresenta alto grau de mortalidade caso não socorrermos rapidamente.
A síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica é caracterizada pela distensão e mau posicionamento do estômago, e pelo rápido acúmulo de gás gástrico associada à torção do estômago em seu próprio eixo, geralmente em sentido horário, em diversos graus com ou sem torção dos órgãos adjacentes. Entretanto, a torção e o vôlvulo também podem ocorrer no sentido anti-horário, mas é mais raro ocorrer no sentido anti-horário.
Quadro crônico:
Gravidade:
Normalmente os cães com o quadro crônico da síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrico não apresentam quadro emergencial.
Frequência:
Há casos de síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica crônica também, mas esse quadro é raro.
Sintomas clínicos:
Os sintomas clínicos ocasionados pela síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica crônica são crônicos e não são evidentes como do quadro agudo e o pet pode apresentar:
- Dilatação gástrica intermitente.
- Vôlvulo gástrico parcial.
- Mal-estar gástrico intermitente.
- Vômito crônico.
- Regurgitação.
- Eructação.
- Flatulência.
- Perda de peso.
- Íleo paralítico.
Diagnóstico:
O diagnóstico da sídnrome da dilatação-torção-gástrica crônica é mais difícil de ser realizada devido aos sintomas clínicos menos evidentes.
Quais as diferenças entre torção e vôlvulo?
Torção:
Caso a rotação do estômago for inferior a 180°, a afecção é denominada de torção.
Vôlvulo:
Assim como a rotação, o vôlvulo é a rotação anormal de um órgão oco em torno de um dos seus eixos, ou seja, é a rotação anormal em torno de seu ponto de inserção.
Caso a rotação do estômago for superior a 180°, a afecção é denominada de vôlvulo, também chamada de "volvo". Há casos em que a rotação do estômago chega a 540°.
Predisposição
Espécies:
Cães.
Gatos.
Urso polar.
Lobos.
Panda.
Foca.
Porquinho-da-Índia.
Primatas não-humanos.
Seres humanos.
Idade:
A síndrome da dilatação-torção-võlvulo gástrica acomete mais os pacientes de meia-idade a idosos, mas pode acometer os pacientes filhotes e jovens também.
Os pacientes de meia-vida a idosos apresentam alongamento dos ligamentos que sustentam o estômago e isso facilita o vôlvulo gástrico quando o estômago está pesado devido à ingestão de comida.
Racial:
Raças com tórax profundo e estreito:
As raças com tórax profundo e estreito apresentam alteração na anatomia entre o estômago e o esôfago, fazendo com que o paciente fique com dificuldade de eructar e o gás se acumula no estômago.
Raças grandes:
- Airedale Terrier.
- Akita.
- American English Coonhound (Coonhound Inglês).
- Bloodhound.
- Doberman.
- Dogue alemão.
- Golden Retriever.
- Labrador Retriever.
- Old English Sheepdog.
- Pastor alemão.
- Pastor da Anatólia
- Rottweiler.
- São Bernardo.
- Sem raça definida (SRD).
- Setter Irlandês.
- Weimaraner.
Raças pequenas:
- Basset.
- Bulldog.
- Dachshund.
- Pequinês.
- Poodle.
- Sem raça definida (SRD).
Fatores de risco
Genética:
Caso o paciente apresentar progenitores ("pai ou mãe") que desenvolveram a síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica, também está predisposto a desenvolver a síndrome.
Pacientes que fazem aerofagia:
A aerofagia, que é a ingestão de ar, é o principal fator para o acúmulo de gás no estômago.
A aerofagia ocorre durante a ingestão de alimento e água.
Os pacientes com a síndrome da obstrução aérea dos braquicefálicos fazem aerofagia.
Escore corporal:
Os pacientes que com diminuição do escore corporal, ou seja, que está abaixo do peso ideal são predispostos a desenvolverem a síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica.
Situações de estresse:
Caso o paciente passar por uma situação de estresse como viagem e maior atividade física, por exemplo, aumentam a chance de o pet desenvolver essa síndrome devido à alteração na função gástrica, alteração na motilidade gástrica, diminuição da perfusão da parede gástrica e devido à maior aerofagia.
Há relatos de que a música alta faz com que o paciente se estresse, há alteração na motilidade gástrica e no esvaziamento gástrico devido à liberação de fator de liberação de corticotrofina ou por inibição da via simpática.
Temperamento do paciente:
Os pacientes que apresentam comportamento mais medroso ou agressivo normalmente se estressam com maior facilidade e estão mais predispostos a desenvolver a síndrome.
Alimentação:
Tipo de alimentação:
A alimentação rica em carboidrato, rica em lipídeo e o alimento pequeno (menor de 30 mm de diâmetro) ocasiona em maior fermentação bacteriana no estômago e, consequentemente, ocorre a dilatação do estômago por gás.
Os pacientes que se alimentam com ração seca são mais predispostos a desenvolver a síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica quando comparado com os pacientes que se alimentam com ração enlatada ou dieta caseira.
Quantidade de vezes que o pet se alimenta no dia:
Os pacientes que se alimentam somente 1 vez por dia estão mais predispostos a desenvolver a síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica.
Caso o paciente ingerir grande quantidade de alimento e líquido rapidamente, há um maior aumento na aerofagia, haverá a distensão do estômago, e há maior chance de ocorrer a dilatação do estômago.
Entretanto, a alimentação de grande quantidade de alimento 1 vez ao dia, embora tenha sido relatado como fator de risco, ainda não foi validada cientificamente.
Localização da tigela:
Os pacientes que se alimentam com a tigela em local elevado estão mais predispostos a desenvolver a síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica devido à maior ingestão de ar.
Atividade física pós-prandial:
A atividade física pós-prandial, ou seja, após a alimentação predispõe a torção gástrica devido à distensão do estômago, pois qualquer movimentação que ocasiona em alteração pendular no eixo do estômago pode predispor à dilatação e torção gástrica.
Entretanto, há um estudo científico relatando que a atividade física pós-prandial, na verdade, diminui a incidência da síndrome da dilatão-torção-vôlvulo gástrica em cães.
Atonia gástrica:
A musculatura gástrica atônica predispõe o paciente a desenvolver a síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica, principalmente quando o pacinte se alimenta rapidamente e com grande quantidade de alimento.
Corpo estranho gástrico:
A presença de corpo estranho gástrico é um fator de risco para o desenvolvimento da síndrome da dilatação-torção-gástrica.
Esplenectomia prévia:
A esplenectomia é o procedimento cirúrgico de retirada do baço.
Os pacientes que passaram por procedimento de esplenectomia apresentam maior probabilidade de desenvolver a síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica.
Doença inflamatória intestinal.
Temperatura ambiente:
A temperatura ambiente máxima do dia predispõe o paciente a desenvolver a síndrome da diltação-torção-võlvulo gástrica.
Pressão atmosférica:
A mínima elevação da pressão atmosférica predispõe o paciente a desenvolver a síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica.
Rolar o paciente pelas costas?:
Muitos responsáveis pelo paciente e muitos médicos veterinários acreditam que rolar o paciente pelas costas induz o desenvolvimento da síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica.
Entretanto, a rolagem do animal pelas costas isoladamente não induz o desenvolvimento da síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica nos pacientes, independentemente do sentido em que o paciente é rolado.
Fisiopatologia
Acúmulo anormal de alimento, gás e líquido no estômago
Normalmente o acúmulo anormal gástrico ocorre por alimento, gás, líquido e substrato mucoide espumoso.
Não se sabe ao certo qual mecanismo ocorre primeiro para que ocorra o acúmulo anormal de alimento, gás e líquido no estômago, mas acredita-se que os mecanismos são:
Primeiro ocorre a dilatação do estômago e depois ocorre a rotação:
Acredita-se que a síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica ocorre devido ao acúmulo anormal de gás e líquido no estômago, o estômago dilata, ocorre a rotação do estômago que varia de 90 a 360 graus e há o aumento na pressão intragástrica.
Primeiro ocorre a rotação do estômago e depois ocorre a dilatação do estômago:
Acredita-se que com a rotação do estômago primeiro, que varia de 90 a 360 graus, o animal não vai conseguir eructar e não vai conseguir vomitar, o esvaziamento do piloro gástrico fica prejudicado, ocorre a dilatação gástrica devido à formação de gás gástrico ocasionada pela fermentação bacteriana dos carboidratos e há o aumento na pressão intragástrica.
Por que ocorre o acúmulo de alimento, gás e líquido no estômago?
Acredita-se que há diversos mecanismos para que ocorra o acúmulo de alimento, gás e líquido no estômago, mas que não foram provados cientificamente.
Os mecanismos para o acúmulo de alimento, gás e líquido no estômago são:
Diminuição da motilidade gástrica.
Esvaziamento gástrico atrasada:
O acúmulo de ar gástrico ocorre devido:
Fermentação bacteriana no estômago:
A bactéria envolvida na fermentação no estômago é o Clostridium perfringes, que pode se multiplicar no suco gástrico, inclusive, de pacientes saudáveis.
Entretanto, a fermentação bacteriana dificilmente ocasiona em rápido acúmulo de ar gástrico.
Aerofagia:
A aerofagia ocasiona em maior acúmulo de ar no estômago do que a fermentação bacteriana.
Dificultadade de eliminar esse ar gástrico através da eructação, vômito e esvaziamento gástrico:
A dificuldade de eliminar o ar gástrico ocorre devido à diminuição da motilidade gástrica e do esvaziamento gástrico.
Há pacientes que se recuperaram da síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica que apresentam esvaziamento gástrico normal e há pacientes que se recuperaram dessa síndrome que apresentam esvaziamento gástrico anormal.
Alteração na movimentação do esôfago:
A alteração na movimentação do esôfago favorece uma maior passagem de ar para o estômago.
Aumento da concentração de gastrina:
A gastrina estimula a secreção de ácido clorídrico e a secreção de ácido clorídrico está relacionada com a motilidade gástrica.
Os pacientes que desenvolvem a síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica apresentam elevação na concentração sérica de gastrina.
Frouxidão dos ligamentos hepatogástrico e hepatoduodenal.
Alteração no comprimento dos ligamentos gástricos.
Dilatação gástrica esporádica:
A dilatação gástrica esporádica promove o alongamento e afrouxamento dos ligamentos gastroesplênicos, causando alteraçõs gástricas e alterações na mobilidade e rotação esplênica.
Instabilidade gástrica crônica.
Disfução mioelétrica gástrica.
Função anormal do esfíncter esofágico.
Composição do ar intragástrico
Há 2 tipos de composição de ar intragástrico que pode ser oriundo de:
Ar ambiente:
A composição do ar presente no estômago de alguns dos pacientes com síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrico é basicamente de ar ambiente, indicando que a aerofagia é um das maiores causas de acúmulo de ar gástrico.
Fermentação de carboidrato:
A composição do ar presente no estômago de alguns dos pacientes com síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrico é de dióxido de carbono, hidrogênio e conteúdo gástrico que contém concentração elevada de ácidos graxos voláteis, indicando assim que o gás gástrico é oriundo da fermentação gástrica.
O que acontece durante o vôlvulo?
O piloro gástrico e o duodeno vão se mover primeiro ventralmente para a esquerda e cranialmente.
O piloro gástrico se move da direita para a esquerda:
Normalmente a torção e o vôlvulo ocorre no sentido horário, mas em algumas situações raras a torção e o vôlvulo pode ocorrer no sentido anti-horário.
O piloro gástrico se move dorsalmente e para o lado esquerdo do estômago:
Com essa movimentação, o piloro gástrico fica localizado dorsal ao esôfago e o fundo gástrico fica do lado esquerdo do abdômen.
Quais os órgãos afetados?
Introdução
Nessa síndrome, ocorrem muitas alterações importantes no corpo do paciente e não é só a dilatação e torção gástrica.
Praticamente todos os orgãos e sistemas do corpo do paciente ficam comprometidos com a síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica.
Alteração na circulação sanguínea
Com o aumento da pressão intragástrica e com a torção gástrica, ocorre:
Compressão da veia cava:
A compressão da veia cava ocasiona na redução do retorno venoso para o coração, também chamada de pré-carga, diminui o débito cardíaco e diminui a pressão arterial.
Compressão da veia porta:
A compressão da veia porta ocasiona em edema e congestão do trato gastrointestinal, diminuição do volume vascular, aumenta a pressão portal e predispõe à formação de trombose (também chamado de trombo).
Com o aumento da pressão da veia porta, há a formação de edema, congestão e lesão do trato gastrointestinal, ocorre o comprometimento da microcirculação visceral, há a diminuição da oxigenação do trato gastrointestinal e há a formação de radicais livres.
Com a diminuição da vascularização e da diminuição da oxigenação do trato gastrointestinal, o pâncreas libera o fator depressor do miocárdio.
Utilização da veia ázigos:
O organismo tenta compensar o retorno sanguíneo da veia cava caudal utilizando a veia ázigos, mas essa manobra do organismo não surte efeito.
Alterações cardíacas
Diminuição do débito cardíaco:
Devido à do retorno venoso, ocorre diminuição do débito cardíaco com consequente diminuição da pressão arterial sistêmica e da pressão arterial pulmonar.
Aumento da frequência cardíaca:
Com a diminuição da vascularização e perfusão sanguínea, as adrenais liberam catecolaminas.
Além de as catecolaminas aumentarem a frequência cardíaca, ou seja, ocasionarem em taquicardia, as catecolaminas ocasionam em intensa vasoconstrição e redireciona o fluxo sanguíneo para cérebro e rins, considerados como órgãos essenciais para o organismo, e prejudica a vascularização dos demais órgãos.
Diminuição da perfusão coronariana:
Devido à vasoconstrição intensa e aumento da frequência cardíaca, há uma maior necessidade de oxigênio pelo miocárdio, mas demanda de oxigênio no miocárdio está diminuída devido à diminuição do débito cardíaco e da perfusão coronariana.
A vascularização nos vasos coronarianos ocorre principalmente na diástole.
Devido à taquicardia, há uma diminuição da vascularização e perfusão nos vasos coronarianos, ocorre a isquemia subendotelial e, consequentemente, ocorre necrose e arritmias.
Comprometimento da função cardíaca:
Com a liberação do fator depressor do miocárdio pelo pâncreas, diminuição da vascularização sanguínea, diminuição da oxigênação, a formação de radicais livres e desequilíbrio eletrolítico, haverá o comprometimento da função cardíaca devido à:
Isquemia do micárdio.
Degeneração e necrose do miocárdio.
Redução da contratilidade cardíaca.
Indução de arritmias:
As arritmias se desenvolvem devido ao desequilíbrio autônomo, aumento de catecolaminas na circulação sanguínea, aumento de citocinas pró-inflamatórias na circulação sanguínea, distúrbios eletrolíticos, distúrbios ácidos-bases, lesão da reperfusão e à isquemia e necrose miocárdica. A esplenectomia também pode ocasionar em arritmia ventricular.
As arritmias mais frequentes nos pacientes com síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica são:
- Taquicardia ventricular: A arritmia cardíaca mais comum na síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica é taquicardia ventricular.
- Contração ventricular prematura (VPC).
- Fibrilação ventricular.
- Fibrilação atrial.
- Taquicardia atrial.
Alterações respiratórias
Menor oxigenação pulmonar:
Devido à obstrução da veia porta e da veia cava caudal, menor quantidade de retorno venoso, menor quantidade de sangue chega ao ventrículo direito e menor quantidade de sangue sai para oxigenar os pulmões.
Compressão do diafragma:
A dilatação gástrica ocasiona na compressão do diafragma, o que limita a sua expansão caudal e diminui a capacidade de reserva pulmonar resultando em hipoventilação alveolar e maior dificuldade respiratória.
Diminuição da expansão pulmonar:
O aumento da pressão intra-abdominal
também interfere na expansão do diafragma e consequentemente interfere na expansão pulmonar e contribui para a hipóxia.Aumento da pressão parcial de gás carbônico no sangue:
Devido à dilatação gástrica, diminuição da motilidade do diafragma durante a inspiração, há hipoventilação, diminuição da complacência pulmonar, diminuição do volume de ar inspirado, diminuição da ventilação e aumento da pressão parcial de gás carbônico no sangue (PACO2).
Diminuição da saturação de oxigênio:
Conforme a afecção vai progredindo e se agravando, pode ocorrer atelectasia pulmonar e, consequentemente, ocorre a diminuição da saturação de oxigênio no sangue e diminui a oferta de oxigênio para os órgãos.
Alterações gástricas
Diminuição da vascularização e da oxigenação gástrica:
A diminuição da vascularização e da oxigenação gástrica ocorre devido à:
Infarto da microcirculação.
Obstrução da saída venosa.
Diminuição do débito cardíaco.
Aumento na pressão intragástrica:
O aumento na pressão intragástrica ocorre devido à dilatação gástrica, pois a dilatação gástrica comprime e colapsa os capilares sanguíneos da parede do estômago causando congestão sanguínea.
Avulsão das artérias curtas gástricas e artéria epíploca:
A avulsão das artérias curtas gástricas e artéria epíploca normalmente são avulsionadas durante a rotação do estômago ocasionando em diminuição da vascularização e da oxigenação gástrica.
Necrose do estômago:
Necrose da mucosa do estômago:
Devido à diminuição do débito cardíaco e colapso dos capilares sanguíneos devido à dilatação gástrica, inicialmemente há a necrose da mucosa do estômago.
Necrose da musculatura e da serosa gástrica:
Com a progressão do aumento da pressão intragástrica, ocorre a necrose da musculatura e da serosa gástrica e, consequentemente, toda a espessura do estômago necrosa e pode ocorrer a perfuração gástrica e desenvolvimento de peritonite séptica.
A necrose e infarto do estômago ocorre com maior frequência nas regiões de fundo gástrico e corpo gástrico.
Alterações sanguíneas
Translocação bacteriana:
O sistema imunológico no órgão está prejudicado devido à diminuição da vascularização e da oxigenação e, consequentemente, não impede a translocação bacteriana.
Devido à necrose da mucosa gastrointestinal e da alteração do sistema imunológico no órgão, ocorre a translocação bacteriana.
Endotoxemia:
A diminuição do fluxo sanguíneo hepático compromete a habilidade do sistema retículo-endotelial de neutralizar as endotoxinas absorvidas e eliminar as bactérias, realizadas pelas células de Küpffer, no trato gastrointestinal.
Aumento na produção de ácido lático:
O aumento na produção de ácido lático ocorre devido ao metabolismo anaeróbico.
Diminução na concentração de potássio sérico:
Causas:
- Sequestro de cloreto de potássio nos fluidos gástricos.
- Hipersecreção gástrica.
- Perdas urinárias.
- Fluidoterapia prolongada com baixa quantidade de potássio.
- Lavagem orogástrica.
- Refluxo duodenogaástrica.
- Regurgitação de ácidos biliares e pancreáticas.
- Anorexia.
- Vômito.
- Diminuição da ingestão alimentar contendo potássio.
- Ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona.
- Translocação de potássio intracelular para o meio extracelular devido à alteração ácido-base e induzida por catecolaminas.
Sintomas de hipocalemia:
Os pacientes com hipocalemia podem apresentar debilidade muscular generalizada, diminuição na motilidade intestinal, paralisia intestinal e arritmias cardíacas.
Alcalose metabólica:
Na fase inicial da síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica, os animais apresentam alcalose metabólica devido à perda de íons de hidrogênio (H+) pelo vômito e devido ao sequestro ácido pelo estômago.
Acidose metabólica:
Os pacientes com síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica apresentam acidose metabólica devido à perfusão tecidual inadequado, hipoxemia arterial e produção do ácido lático metabólico do metabolismo anaeróbico.
Alterações renais
Diminuição da função renal:
A diminuição da função renal ocorre devido à diminuição da vascularização e oxigenação renal, diminuição da filtração glomerular, resposta inflamatória, presença de microtrombos renais e devido à síndrome da isquemia/reperfusão.
Alterações hepáticas
As alterações hepáticas envolvidas na síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gastrica são congestão, infiltração de neutrófilos e necrose, que pode ser de moderada à grave.
Alterações nos mais diversos órgãos
Síndrome da isquemia/reperfusão:
Devido à interrupção temporária do fornecimento de sangue aos tecidos com sua posterior reperfusão, ocasiona no aumento na quantidade de mediadores imunológicos no sangue, que inicia uma resposta inflamatória e lesa diversos órgãos, e aumenta a quantidade de radicais livres no sangue.
Com o aumento na quantidade de mediadores imunológicos e de radicais livres na circulação sanguínea, há necrose, aumento da permeabilidade vascular e lesão da parede vascular dos mais diversos órgãos.
Hipoxemia e morte celular:
Devido à diminuição da perfusão sanguínea nos órgãos, ocorre a hipoxemia e morte celular dos mais diversos órgãos.
Complicações
Sintomatologia clínica
Diagnóstico
Anamnese
Com o histórico e exame físico, é possível realizar o diagnóstico presumido de síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica.
Exame físico
Inspeção:
Podemos observar algumas sintomatologias clínicas da síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica como agitação, realização de mímica de vômito sem conteúdo, sialorreia e dor abdominal, por exemplo.
Avaliar em cavidade oral se há conteúdo alimentar.
Auscultação:
Como alguns pacientes podem broncoaspirar o conteúdo das múltiplas mímicas de vômito, importante realizarmos a auscultação pulmonar para avaliar se há indícios de pneumonia aspirativa.
Percussão:
A percussão da distensão abdominal cranial apresentam som timpânico.
Exame de sangue
Radiografia torácica
Radiografia abdominal
Eletrocardiograma
Diagnósticos diferenciais
Grande ingestão alimentar
Alguns pacientes podem comer uma grande quantidade de alimento, ficar com o estômago repleto, ficar com o estômago excessivamente distendido e isso não significa que o estômago vai torcer.
(Foto: paciente ingeriu grande quantidade de alimento [Fonte: própria])
Dilatação gástrica por gás ou alimento
Há alguns pacientes, também, que podem apresentar dilatação do estômago por gás, mas esses pacientes podem não apresentar torção gástrica em si e estão com o estômago na sua posição anatômica.
Vôlvulo de intestino delgado
O vôlvulo de intestino delgado também ocasiona em aumento abdominal e abdômen timpânico.
Entretanto, a radiografia abdominal indica dilatação intestinal nos casos de vôlvulo de intestino delgado.
Hérnia diafragmática
A hérnia diafragmática ocasiona em sintomas clínicos identicos aos da síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrico, principalmente quando o estômago estiver herniado na cavidade tóracica e houver obstrução do fluxo sanguíneo.
Torção esplênica primária
A torção esplênica primária ocasiona em dor abdominal aguda, mas raramente a dilatação gástrica está presente sendo que normalmente a dilatação gástrica é somente moderada quando estiver presente.
Abdominomegalia
Há muitas outras doenças que faz com que o paciente fique com abdominomegalia, ou seja, fique com o abdômen aumentado de tamanho como:
Obesidade.
Músculos abdominais enfraquecidos.
Gestação.
Parasitose intestinal.
Hepatomegalia e esplenomegalia:
A hepatomegalia é o aumento do tamanho fígado e a esplenomegalia é o aumento do tamanho do baço.
A erliquiose, por exemplo, é uma afecção que ocasiona em hepatomegalia e esplenomegalia.
Piometra.
Líquido livre no abdômen.
Neoplasia.
Tratamento
Tratamento inicial e conservador
Objetivo
O tratamento inicial e conservador é um salva-vidas dos animais que estão na fase aguda da síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica.
Para aumentarmos a chance de sucesso do tratamento, é necessária a rápida identificação da afecção, iniciar tratamento adequado e estabilização precoce do paciente.
Utilização
Fase aguda da síndrome:
O tratamento inicial e conservador isolado apresenta maior taxa de sucesso caso o paciente com síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica apresentar dilatação gástrica moderada e não apresentar repercussão sistêmica.
Pré-operatório da síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica.
Estatística da utilização isolada do tratamento conservador
Recidivas:
Quando o tratamento conservador for utilizado como tratamento isolado, as recidivas da síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica são comuns.
O cão submetido ao tratamento conservador apresenta a mesma probabilidade de recidiva que um cão que foi submetido ao procedimento cirúrgico da síndrome da dilataçã-torção-vôlvulo gástrica sem realização da gastropexia.
Alta probabilidade de óbito:
O cão tratado com a tratamento conservadorisolado apresenta a mesma probabilidade de sobrevivência de um cão que foi submetido ao tratamento cirúrgico da síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica sem realização da gastropexia.
Tratamento cirúrgico
Introdução
A síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica é a principal causa de cirurgia emergencial nos pacientes.
O procedimento cirúrgico deve ser realizado o mais rapidamente possível, assim que o paciente estiver mais estável, pois o estômago fica cada vez mais necrótico com o passar do tempo.
Objetivo
Os objetivos da correção cirúrgica nos pacientes com síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica são:
Correção anormal do estômago.
Avaliação da parede gástrica.
Avaliação do suprimimento esplênico e da viabilidade esplênica.
Realização da gastropexia:
A gastropexia deve ser realizada para diminuir possibilidade das recidivas do quadro.
Quando realizar o procedimento cirúrgico imediatamente?
Não for possível realizar a passagem da sonda orogástrica:
Caso não for possível realizar a passagem orogástrica ou a descompressão gástrica for parcial ou temporária, devemos realizar o procedimento cirúrgico imediatamente.
Posição anormal do estômago:
Mesmo que o paciente não tenha tendência de apresentar distensão gástrica rapidamente, importante realizarmos o procedimento cirúrgico o mais rapidamente possível.
Quando é possível evitar o procedimento cirúrgico imediado?
Dilatação gástrica com posição normal do estômago:
Caso somente houver dilatação gástrica e houver posicionamento gástrico normal, não é necessária realizar a cirurgia rapidamente e devemos tratar clinicamente e acompanhar o paciente.
Entretanto, podemos realizar a gastropexia profilática posteriormente para diminuir possibilidade de ocorrer torção e vôlvulo gástrica.
Internação pós-operatório
Monitoramento
Prevenção
Alimentação
Oferecer pequenas porções de alimento diversas vezes ao dia:
O paciente que se alimenta com pequenas porções de alimento diversas vezes ao dia apresenta menor chance de distender e dilatar o estômago.
Diminuir a velocidade com que o pet se alimenta:
Recomenda-se separar o paciente dos contactantes durante a refeição para diminuir a chance de o paciente se alimentar rapidamente por competição.
Alimentos grandes:
Quanto maior o alimento, mais o paciente precisa mastigar o alimento e, consequentemente, ocorre uma digestão mais rápida.
Umidificar o alimento seco.
Evitar a ingestão de grande quantidade de água antes e após a alimentação.
Restringir exercício físico antes e após a alimentação
Gastropexia profilática
Introdução:
A gastropexia profilática é a única forma de prevenir a síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica validada cientificamente na medicina veterinária.
Por que realizar?:
A gastropexia profilática diminui consideravelmente a possibilidade de o paciente desenvolver a síndrome da dilatação-vôlvulo-gástrica repetidas vezes.
Quando realizar?:
Durante tratamento dos pacientes que desenvolveram a síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrico.
Durante laparotomia exploratória:
Recomenda-se realizar a gastropexia profilática nos pacientes predispostos a desenvolver a síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrico que forem passar por procedimento de laparotomia exploratória, indepentemente do motivo.
Pacientes submetidos à esplenectomia devido à massa esplênica.
Pacientes com sintomas clínicos gastrointestinais inespecíficos com "sinal de cascalho" gástrico ao exame de radiografia abdominal.
Complicações:
Não impede totalmente o desenvolvimento da síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica:
A gastropexia profilática não impede que ocorra novamente a síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica quando houver ruptura dos pontos cirúrgicos realizados e o paciente ainda pode desenvolver vômitos e diminuição do esvaziamento gástrico mesmo após a gastropexia profilática.
Vôlvulo mesentérico:
O paciente submetido à gastropexia profilática pode desenvolver vôlvulo mesentérico.
Dilatação gástrica:
A gastropexia profilática pode aumentar a possibilidade de o paciente desenvolver a dilatação gástrica.
A principal diferença entre dilatação gástrica e vôlvulo gástrico é que no vôlvulo gástrico ocorre o mal posicionamento do estômago.
A dilatação gástrica pode ocasionar no óbito dos animais, mas em quantidade muito inferior quando comparado com a síndrome da dilatação-torção-vôlvulo gástrica.
Internação pós-operatória:
Recomenda-se manter o animal internado por pelo menos 24 horas para controle de dor.
Compartilhe com sua família e amigos!
Referências bibliográficas
- AKINRINMADE, J. F; ADOWO, A. I. Failure of experimental acute intra-gastric gas and fluid accumulation to produce gastric dilatation-volvulus in unaesthetized dogs. African Journal of Biotechnology, v. 9, n. 30, p. 4818-4821, 2010
- ALTUZARRA, R. el. al. Assessment of the prevalence of gastric “gravel sign” in dogs with acute gastric dilatation-volvulus. Acta Veterinaria-Beograd, v. 68, n. 2, p. 161-167, 2018
- BALSA, I. M. et. al. Effect of Laparoscopic-assisted Gastropexy on Gastrointestinal Transit Time in Dogs. Journal of Veterinary Internal Medicine, v. 31, n. 6, p. 1680-1685, 2017
- BHATIA. A.S. et. al. Gastric Dilation and Volvulus Syndrome in Dog. Veterinary World, v. 3, n. 12, p. 554-557, 2010
- BROCKMAN, D. Management of gastric dilatation-volvulus syndrome in the dog. In Practice, march, p. 63-69, 1994
- BRUCHIM, Y.; KELMER, E. Postoperative Management of Dogs With Gastric Dilatation and Volvulus. Topics in Companion Animal Medicine, n. 29, p. 81-85, 2014
- BURROWS, C. F.; IGNASZEWSKI, L. A. Canine gastric dilatation-volvulus. Journal of Small Animal Practice, v. 31, p. 495-501, 1990
- CARRILLO, J. D. et. al. Síndrome de dilatación-vólvulo gástrico (DVG). Clínica Veterinaria de Pequeños Animales, v. 36, n. 3, p. 163-177, 2016
- CASTRO, N. B. et. al. Diagnóstico post mortem da síndrome dilatação vólvulo gástrica em cães. Acta Scientiae Veterinariae, v. 41, p. 1-6, 2013
- CORRIVEAU, K. M.; RUNGE, J. J.; RAWLINGS, C. A. Laparoscopic and Laparoscopic‐Assisted Gastropexy Techniques. In: FRANSSON, B. A.; MAYHEW, P. D. Small Animal Laparoscopy and Thoracoscopy, ACVS Foundation, First Edition, 2015, p. 125-133
- CROWE JR., D. T; RABELO, R. C. Síndrome da Dilatação Volvulogástrica. In: RABELO, R. C. Emergências de Pequenos Animais: Condutas Clínicas e Cirúgicas no Paciente Grave, Editora Elsevier LTDA., 1ª edição, Rio de Janeiro, 2012, p. 823-833
- DA SILVA. S, S, R. et. al. Síndrome da dilatação volvo gástrica em cães. Ciência Rural, v. 42, n. 1, p. 122-130, 2012
- DOS SANTOS, M. C. F P; AULER, F. S. B. Doenças gástricas. In: JERICÓ, M. M.; NETO, J. P. A.; KOGIKA, M. M. Tratado de medicina interna de cães e gatos, Editora Guanabara Koogan LTDA, 1ª edição, Rio de Janeiro, 2015, p. 2943-2970
- EGGERTSDÓTTIR, A. V. et. al. Comparison of Two Surgical Treatments of Gastric Dilatation-Volvulus in Dogs. Acta Veterinaria Scandinavica, v. 37, p. 415-426, 1996
- EGGERTSDÓTTIR, A. V.; MOE, L. A Retrospective Study of Conservative Treatment of Gastric Dilatation-Volvulus in the Dog. Acta Veterinaria Scandinavica, v. 175, p. 175-184, 1995
- ELLISON, G. W. Complications of Gastrointestinal Surgery in Companion Animals. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v. 41, p. 915-934, 2011
- EVANS, K. M.; ADAMS, V. J. Mortality and morbidity due to gastric dilatation-volvulus syndrome in pedigree dogs in the UK. Journal of Small Animal Practice, v. 51, p. 376-381, 2010
- FERREIRA, L. F. L.; VIANNA, R. C. A.; RABELO, R. C. Emergências gastrintestinais. In: RABELO, R. C.; CROWE JR., D. T. Fundamentos de Terapia Intensiva Veterinária em Pequenos Animais, Editora L. F. Livros de Veterinária LTDA, 1ª edição, Rio de Janeiro, 2005, p. 285-318
- FISCHETTI, A. J. et. al. Pneumatosis in canine gastric dilatation-volvulus syndrome. Veterinary Radiology & Ultrasound, v. 45, n. 3, p. 205-209, 2004
- FRIKIS, A; ZLATEVA, N. Anesthetic management of critical small animal patientes with traumatic diaphragmatic hernia and gastric dilatation/volvulus symdrome - a review. Tradition and modernity in veterinary medicine, v. 3, n. 4, p. 53-58, 2018
- GLICKMAN, L. T. et. al. A Prospective Study of Survival and Recurrence Following the Acute Gastric Dilatation-Volvulus Syndrome in 136 Dogs. Journal of the American Animal Hospital Association, v. 34, p. 253-259, 1998
- GLICKMAN, L. T. et. al. Non-dietary risk factors for gastric dilatation-volvulus in large and giant breed dogs. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 217, n. 10, p. 1492-1499, 2000
- GOGGS, R. et. al. Plasma procalcitonin concentrations are increased in dogs with sepsis. Veterinary Record Open, v. 5, p. 1-7, 2018
- HANEL, R. M. et. al. Best practice recommendations for prehospital veterinary care of dogs and cats. Journal of Veterinary Emergency and Critical Care, v. 26, n. 2, p. 166-233, 2016
- HARMS, O.; LANGER, A.; FEHR, M. Should dogs be rolled over their backs? A prospective randomised blind clinical study. Kleintierpraxis, v. 60, n. 6, p. 297-303, 2015
- HALL, J. A. et. al. Gastric myoelectric and motor activity in dogs with gastric dilatation-volvulus. American Physiological Society, p.646-653, 1993
- HINTON, J. D. et. al. Fatal gastric dilation in two adult black-footed ferrets (Mustela Nigripes). Journal of Zoo and Wildlife Medicine, v. 47, n. 1, p. 367-369, 2016
- LANGHORN, R.; WILLESEN, J. L. Cardiac Troponins in Dogs and Cats. Journal of Veterinary Internal Medicine, v. 30, p. 36-50, 2016
- MACKENZIE, G. et. al. A Retrospective Study of Factors Influencing Survival Following Surgery for Gastric Dilatation-Volvulus Syndrome in 306 Dogs. Journal of the American Animal Hospital Association, v. 46, p. 97-102, 2010
- MACPHAIL, C. M. et. al. Evaluation of cardiac performance of the dog after induction of portal hypertension and gastric ischemia. Journal of Veterinary Emergency and Critical Care, v. 16, n. 3, p. 192-198, 2006
- MANEV, I. Cardiac arrhythmias in gastric dilatation-volvulus. Tradition and Modernity in Veterinary Medicine, v. 6, n. 1, p. 40-43, 2021
- MONNET, E. Gastric dilatation-volvulus syndrome in dogs. Veterinary Small Animal Practice, v. 33, p. 987-1005, 2003
- NELSON, R. W.; COUTO, C. G. Distensão ou dilatação abdominal. In: Medicina interna de pequenos animais, Editora Elsevier LTDA, 5ª edição, São Paulo, 2014, p. 924-926
- OLIVEIRA, J. E. et. al. Gastric volvulus dilatation syndrome in dogs. Centro Científico Conhecer, v. 17, n. 34, p. 243-257, 2020
- ORNELLAS, S. A. et. al. Evaluation of Biomechanical Traction of Incisional Gastropexy and Scarification Gastropexy Techniques in Dogs. Acta Scientiae Veterinariae, v. 49, p. 1-6, 2021
- PEREIRA, M.; FANTE, T. P. Síndrome da dilatação vôlvulo-gástrica em cães - revisão de literatura. Revista Científica de Medicina Veterinária, n. 33, p. 1-15, 2019
- PIRAS, I. S. et. al. Identification of Genetic Susceptibility Factors Associated with Canine Gastric Dilatation-Volvulus. Genes, v. 11, n. 1313, p. 1-19, 2020
- RAWLINGS, C. A. Gastropexia Assistida por Laparoscopia. In: SLATTER, D. H. Manual de Cirurgia de Pequenos Animais, Volume 1, Editora Manole LTDA, 3ª edição, São Paulo, 2007, p. 641-644
- SALGUEIRO, N. B. M et. al. Sonographic Aspects of Splenic Torsion Due to Abdominal Eventration in a Dog. Acta Scientiae Veterinariae, v. 47, n. 197, p. 1-5, 2017
- SCHOBER, K. E. et. al. Serum cardiac troponin I and cardiac troponin T concentrations in dogs with gastric dilatation-volvulus. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 221, n. 3, p. 381-388, 2002
- SHARP, C. S.; ROZANSKI, E. A. Cardiovascular and Systemic Effects of Gastric Dilatation and Volvulus. Topics in Companion Animal Medicine, v. 29, p. 67-70, 2014
- TIVERS, M.; BROCKMAN, D. Gastric dilation–volvulus syndrome in dogs. Pathophysiology, diagnosis and stabilization. In Practice, n. 31, p. 66-69, 2009
- TROIA, R. et. al. Cell-Free DNA, High-Mobility Group Box-1, and Procalcitonin Concentrations in Dogs With Gastric Dilatation–Volvulus Syndrome. Frontiers in Veterinary Science, v. 5, n. 67, p. 1-8, 2018
- UHRIKOVA, I. et. al. Risk factors for gastric dilatation and volvulus in central Europe: an internet survey. Veterinarni Medicina, v. 60, n. 10, p. 578-587, 2015
- UHRIKOVA, I. et. al. Total antioxidant capacity in dogs with gastric dilatation and volvulus. Veterinarni Medicina, v. 4, p. 207-211, 2012
- VANOVA, I, et. al. Disseminated intravascular coagulation in dogs with gastric dilatation-volvulus syndrome. Veterinarni Medicina, v. 11, p. 587-590, 2013
- WINGFIELD, W. E. Acute gastric dilatation-volvulus. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v. 11, n. 1, p. 147-155, 1981
- ZATLOUKAL, J. et al. Gastric Dilatation-Volvulus Syndrome: Outcome and Factors Associated with Perioperative Mortality. Acta Veterinaria Brno, n. 74, p. 621-631, 2005
Atualizado em: 20/04/2024